segunda-feira, 6 de junho de 2016

Lançamento do livro A PALAVRA NO ESPELHO


A ensaísta, pesquisadora e professora de História da Arte e da Cultura, Cristina Ávila lança no próximo dia 21 de junho, às 19 horas, na livraria Quixote, seu mais recente livro “A Palavra no Espelho – os reflexos da imagem no Barroco Mineiro”, através do Instituto Cultural Amílcar Martins – ICAM, como parte de sua preciosa “Coleção Memória de Minas”.
Com 40 anos de atividade na área de cultura e artes, onde se iniciou oficialmente aos 18 anos, como estudante de História da FAFICH/UFMG, tem em seu currículo diversos livros publicados, curadoria de exposições e participação em congressos no Brasil e no exterior.
Filha de dois dos maiores nomes de intelectuais mineiros, Affonso Ávila e Laís Corrêa de Araújo, não renuncia a sua linhagem familiar, ao contrário, honra e respeita sua história de vida. Ao lado do pai, tornou-se militante em prol da cultura e arte mineiras, tendo trabalhado com o patrimônio histórico, arquivístico e museológico. Desde 2001, herdou a direção da revista Barroco, da qual foi responsável pela edição dos dois últimos números, 19 e 20.
O livro que apresentamos vai além desta conhecida militância familiar e alcança um estatuto de erudição particular, como afirma o professor Amílcar Martins Filho, na apresentação do livro.
A obra se destaca como estudo Inter- semiótico dos temas, dos signos e dos sinais presentes na documentação sermonística e na obra litúrgica, vastamente pesquisada. A autora compara a literatura sacra com as referências visuais da época, compreendendo não só a literatura barroca como também as artes plásticas como linguagens que se interligam por intermédio de recursos ornamentais, temáticos, artísticos complementares e auxiliares para a transparência de uma semântica barroca.
Segundo o curador e crítico de arte Nelson Aguilar que assina o prefácio, em A Palavra no Espelho, ” não é de qualidade literária que se trata, mas do milagre sinestésico das Gerais onde música, letras, formas se conjugam para cantar a singularidade de um modo específico de estar no mundo. Nessa pluralidade, examina-se o dueto entre imagem e palavra em modo especular”.
Cristina Ávila desvanece a dicotomia entre imagem e palavra mostrando a porosidade entre os âmbitos, pratica uma espécie de vazamento entre os dois códigos no Barroco Mineiro e desmistifica a grande arte diante das manifestações mais simples dando, a essas, estatuto ontológico de cultura e validade histórica. É o que se verifica, com toda justiça, na análise das pinturas parietais da Matriz de Santo Antônio de Itaverava, e nas legendas das mesmas em latim erudito e na graça de paráfrases locais. Registra-se a delicadeza do texto de Cristina que, sem perder qualidade histórica, ganha contornos poéticos, tornando sua leitura agradável e instigante para estudiosos e admiradores da História da Arte.

Cabe destacar o trabalho cuidadoso de Sérgio Luz que assina a coordenação editorial, a produção e o projeto gráfico que clarifica o livro. Mais uma das muitas e importantes publicações do Instituto Cultural Amílcar Mineira, que preza, guarda e preserva a memória de Minas.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Teatralidade barroca e rococó

Nos séculos XVI e XVII, pintores de retratos se encantavam com as possibilidades pictóricas das vestimentas barrocas e rococó, cujas obras são a celebração do estilo da harmonia. Eles reproduziam a beleza dos vestidos, mas procuravam expressar também o refinamento de quem as usava. As mais retratadas eram as chamadas "belless savantes", as belas sábias, interessadas em arte, literatura e filosofia, cujo melhor exemplo é Madame de Pompadour. Ela era muito retratada lendo a enciclopédia ou simplesmente trajando um simples vestido, como ícone da moda e do bom gosto. Atitude que foi levada como provocação, mais tarde, por Maria Antronieta, com consequencias funestas. (Figura: Madame Pompadour - Maurice Quentin - 1755)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Giacometti

"Não posso evitar tocar as estátuas: desvio os olhos, e minha mão continua sozinha suas descobertas: pescoço, cabeça, nuca, ombros... Sensações afluem às pontas dos meus dedos." O Ateliê de Giacometti, Jean Genet, Cosac & Naif.

sábado, 30 de janeiro de 2010

A veste das obras de arte

Associadas ao desejo de expressão do artista, desenvolveram-se técnicas específicas e um virtuosismo na forma de retratar tecidos, texturas, drapeados e outros detalhes tanto em pintura como escultura, que variavam em diferentes tempos e circunstâncias. Há casos como o de Velasquez, especialista na descrição pictórica de trajes da corte. Mas foi na primeira metade do século XIX que o realismo descritivo chegou ao auge na retratística de Ingres. Entretanto, logo houve o rompimento paradigmático de Edgar Degas, que usou o próprio vestuário como forma de arte, abrindo perspectivas para as vanguardas que viriam a seguir.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Monoquini

A peça topless chamada monoquini foi muito celebrada nos anos 60. Foi criada na Califórnia, EUA, por Rudi Gernreich em 1964. Era uma década de experiências inesperadas no vestir-se, cujo exemplo mais importante foi a mini saia. O monoquini foi um exemplo ou símbolo de liberdade para a mulher que queria expor-se de forma quase nua ao sol. Cobria o corpo a partir das coxas até um pouco acima da cintura, na qual duas tiras finas se cruzavam entre os seios e sobre as costas. Nunca atingiu a popularidade do biquini. O maiô de duas peças, no Brasil, encolheu a parte inferior chegando a deixar as nádegas de fora, transformando-se no famoso "fio dental". A parte de cima também encolheu, sendo o modelo mais usado o de tirinhas, que faz com que o sutiã seja regulável conforme a vontade da mulher. O topless, muito usado na Europa e em praias de nudismo, tratou antes de abolir a parte superior do biquini e deixou de lado o pouco estético monoquini. Hoje as versões de biquini variam das mais clássicas, de calcinhas na altura do umbigo tampando toda a nádega, com sutiãs de bojos, miniblusas com drapeados e os tradicionais biquinis coloridos, mínimos, de shapes mais apropriados para o sol nas areias tropicais do que em iates.

Arte da alfaiataria e as ombreiras

A arte da alfaiataria requer uma ordem estética de medidas proporcionais, todo encurtamento ou modificação específica de um traje é compensado por um alongamento ou outro tipo qualquer de ênfase. Realizar estes ajustes e adaptações e por em circulação o uso universal dos shapes assim produzidos é o que entendemos por uma moda feita de acordo com a alfiataria. As transições de um estilo para outro processam-se gradualmente. Exibem um crescimento orgânico chegando até mesmo aos limites da modelagem, para depois, lentamente retroceder. E então surge um novo traço estilístico e o processo volta a reetir-se, em obdiência a uma lei não escrita. A lei do profundo significado do espírito humano que não apenas constrói um tipo corporal, como também cria as roupas que o vestem. É o caso das ombreiras na moda feminina de alfaiataria. Essas foram símbolo da emancipação feminina dos anos 30 (pós crise de 29), dos anos oitenta (a mulher executiva) e hoje volta em tom lúdico representando uma nova mulher que, tem poder, é executiva e dona de seu nariz.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Cinto

O cinto origina-se de uma cinta ou faixa militar usada em volta da cintura para segurar as roupas ou sustentar armas. Na moda feminina a popularidade do cinto só depende da linha da cintura de acordo com o shape da época. Na realidade o cinto só passou a ser importante na década de 1850, quando costumava a ser feito com mesmo tecido do vestido ou da saia. No final do século XIX, por influência do art nouveau, cinto com fivelas decorativas tornaram-se populares. Após a Segunda Guerra Mundial, os cintos ficaram mais largos, afim de chamar a atenção para a cintura fina e os quadris largos do new look, tendência que se estendeu pela década de 50. Nos anos 60, os cintos de couro, de plástico e de corrente douradas foram uma febre, e houve uma breve tendência de uma versão do cinto de caubói com fivela grande. Nos anos 70, apareceram cintos de estilo masculino geralmente de couro em larguras e modelos diferentes; os de couros vibrantes, tiveram especial popularidade. Na virada dos anos 70/80, a influência dos estilistas japoneses na moda suscitou a tendência de cintos enrolados várias vezes em torno do corpo. Os anos 90 lançaram cintos de borracha, pástico, camurça, metal, couro, ouro e tecido de shapes que iam dos que se assemelhavam a espartilhos reduzidos, feitos com barbatanas e entremeios de elástico até os mais finos. A virada do século foi glamurosa em cintos de estilo retrô, new look, faixas amarradas, obis, cintinhos reduzidos de verniz, revelando uma tendência: – a cintura alta e bem marcada. Não é mais importante que o cinto segure a roupa na cintura, mas que seja um item de acessório para chamar atenção e complementar a vestimenta.

Botão

O botão começou a ser usado como parte decorativa do vestuário no século XIV, não com sentido prático que conhecemos hoje, mas de acordo com tendência de moda. Eram mais habituais fechamentos de trajes com tiras e laços. No início do século XIX, botões de tecidos feitos a máquina e botões de cerâmica, vidro e papel machê já existiam, mas não apareciam muito na moda. Em meados do mesmo século, conchas, madrepérola, vidro preto, aço e latão e chifre moldado começam a ser usados como parte integrante do design de moda. Vestidinhos e blusas eram feitos com muitos botõezinhos. Na década de 1880, tornaram-se populares botões feitos de vidros, porcelana ou coberto de bordado. Essas tendências continuaram até a Primeira Guerra Mundial, quando, por motivos econômicos houve um declínio na quandidade de botões utilizados. Nos anos 1920/30, o movimento art decó interessou-se por botões de madeira, cortiça e plásticos. O design desses era parte estratégica do modelo das roupas. Apareceram botões em forma de animais, cestas de frutas ou mesmo maços de cigarros. Mainbocher apresentou botões de pressão prateados, Rochas lançou-os em forma de livros abertos e Patou adornou seus trajes com botões em formato de vasos de flores, raposas, sereias e cobras. Schiaparelli também utilizou botões inusitados, sendo os mais conhecidos os botões de acrobata de seu casaquinho "circo". Após a Segunda Guerra Mundial, os botões ficaram menos decorativos e mais funcionais.

sábado, 16 de maio de 2009

New Look

Estilo de moda geralmente atribuido a Christian Dior. Em 1947, Dior lançou a linha corola, assim chamada por causa das saias godês que se abriam como flores a partir de corpetes justos e cinturas bem finas. A coleção foi chamada de New Look pelo editor de moda americano Carmel Snow. As saias eram extremamente exageradas, gastando cerca de 13 a 22 metros de tecido, depois eram forradas com tule para ficarem armadas. Os corpetes eram bem justos para realçar o busto e acentuar a cintura. O look era o extremo oposto das roupas econômicas impostas pelo racionamento da Segunda Guerra Mundial e o estilo provocou controvérsias em todo o Ocidente. Embora muitas mulheres tenham adotado o estilo, outras se manifestaram contra. Mulheres indignadas com os excessos estilisticos da nova moda frente a uma Europa que precisava ser toda reconstruida organizaram piquetes na maison Dior. O feitiço virou contra o feiticeiro, e o nome Dior tornou-se famoso da noite para o dia.

Após a crise vem a bonança

O ditado popular diz que: depois da tempestade vem sempre a bonança. Foi o que aconteceu com a Paris do pós-guerra, que se tornou uma meca da moda. Os estilistas que haviam estabelecido suas reputações na década de 30 restabeleceram suas maisons e foram acompanhados por talentosos recém chegados. Mulheres com dinheiro podiam escolher dentre uma série de costureiros talentosos, muitos dos quais eram membros do poderoso corpo profissional, a Chambre Syndicale de la Couture Parisienne. Em 1956, havia 54 casas de alta-costura sediadas em Paris com registro junto à Chambre. Ao longo de toda a década de 50, elas forneceram roupas impecáveis a uma clientela que ficava cada vez mais rica. Jacques Fath tornou-se uma força condutora da moda após a guerra, fazendo vestidos tubo, que delineavam as formas ou modelos esvoaçantes mais fluidos. Pierre Balmain tornou-se famoso por suas roupas refinadas e ultra-femininas que foram chamadas de coleções Jolie Madame (mulher bonita). Esses costureiros de destaque, entre outros, conseguiram uma clientela fiel, que incluiam a realeza e atrizes de cinema. Os trajes mais elegantes constituiam-se de alfaiataria, com detalhes bem definidos e angulares, vestidos de coquetel curtos, glamurosos trajes de noite, muitas vezes em cetim ou veludo bordado e, para noites de gala, vestidos com corpetes apertados e longas e amplas saias em organza ou cetim bordados, que lembravam os trajes mais exulberantes do século XVIII. Vestidos de chiffons colados ao corpo, drapeados e minunciosamente plissados também eram populares, mas a melhor coisa foi a popularização das griffes parisienses através de cópias de desenhos e modelagens para revistas e a entrada de modelos similares e industrializados de boa confecção, que deram condição a classes intermediárias de conhecerem o bom gosto francês. A aposta industrial enriqueceu mais aos empresários do que aos estilistas.

Criações Critina Ávila

Criações Critina Ávila
Calça de moleton skin

Vestido de malha manga longa

Vestido preguinhas de tricoline

Vestido de coquetel de tafetá