segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Alceu Pena (1915-80)

Ilustrador, jornalista e figurinista, conquistou fama com a sua coluna “As Garotas do Alceu”, publicada durante 26 anos nas revistas “O Cruzeiro” e “A Cigarra”. Influenciou o comportamento da mulher brasileira do final dos anos 50 até meados dos anos 60, através de seu traço inconfundível. Foi responsável por criar o estilo de Carmem Miranda, que deu a ela fama em Hollywood; o vestido que Marta Rocha usou no Concurso Miss Universo em 1954, além de figurinos para shows em cassinos e teatros e para espetáculos de moda da Rhodia, nos anos 60.

Madonna

Cantora de rock, estudou um ano na Universidade de Michigan, indo depois para NY, onde ganhava dinheiro trabalhando como modelo. Tornou-se em seguida cantora de banda. Em 1983, começou a lançar seus próprios discos e aparecer na MTV. Madona causou grande influência na moda, especialmente entre os jovens. Popularizou o uso de sutiãs como peças externas; saia tubo enrolada sobre os quadris expondo o umbigo; luvas pretas que iam até o cotovelo; saltos agulha; tomara que caia de renda; e colares compridos de contas e pérolas. Em suas turnês internacionais, nas décadas de 80 e 90, vestiu bustiês criados por Jean Paul Gautier, transformados em tendência em todo o mundo.

Leque

O leque chegou a Europa graças ao comércio com o Oriente no século XV. Atingiu o ápice da popularidade e elegância no século XVIII, quando muitos eram pintados a mão e mostravam figuras mitológicas, bíblicas, pássaros, animais e flores em cenas pastoris. No século XIX, a estamparia lançou muitos leques comemorativos. Perderam a popularidade depois da virada do século XX. Eram feitos de sândalo, marfim, madrepérola e casco de tartaruga; as varetas recobriam-se de plumas, peles de animais, seda, papel e renda. Hoje são itens de museu ou de colecionadores e aparecem na estamparia elegante influenciada pelo art noveau.

Tartã

É um tecido de trama fechada originário da Escócia, onde padrões diferentes são usados para identificar os clãs. O tecido possui listras coloridas que se cruzam, criando desenhos em xadrez de várias larguras. Em 1840, a época da Rainha Vitória, com sua propriedade em Balmoral, Escócia, incentivou a moda de roupas de tartã. Nos anos 80, calças de tartã foram lançadas por vários estilistas. Em todos os invernos o tecido e seus similares em algodão aparecem como tendência sempre de maneira pouco convencional. Os kilts ainda são usados como roupas tradicionais da Escócia e saias que os imitam são clássicos da moda de elite.

Meias finas

Item de moda que cobrem as pernas e os pés desde o início do século XVII,as meias são associadas a feminilidade e a sensualidade. No início do século XVII, a meia fina era tricotada a mão em seda, algodão ou lã. No final do século XVII, pouco a pouco, começaram a ser tricotadas à máquina. O século XVIII popularizou a tecelagem mecanizada. O século XIX assistiu o aparecimento das meias coloridas e, no seu final, o surgimento da meia de seda artificial, que foi usada até 1940, quando foram lançadas meias finas de nylon. No início do século XX, quando os comprimentos de saias começaram a subir, entram em volga meias estampadas, e por causa da falta de matéria prima durante a 2ª Guerra Mundial, as mulheres usavam meias soquetes ou riscavam sobre a pele um traço fino e forte sugerindo a costura da meia. Na década de 50, meias sem costura chegaram ao mercado, e foram lançadas as meias finas ¾ e a meia calça. Os anos 60 introduziram tonalidades vivas e desenhos geométricos às meias. Nos anos 70, voltaram as meias escuras, principalmente em versões grossas e caneladas. A partir dos anos 80, as meias finas readquiriram parte de sua popularidade, voltado ao apelo da moda sensual. A partir dos anos 90, vêem-se meias multicoloridas, listradas, pretas, cinzas, de cores neutras, grossas ou finas de acordo com a vontade do freguês.

Discoteca

Na década de 60, o surgimento das discotecas provocou muitos estilos excêntricos. Mas foi nos anos 70 que a moda discoteca se tornaria aceitável para o dia e para a noite. Estilistas americanos como Stephen, Burrows, Betsey, Johnson e Norma Kamali, produziram roupas para a dança de discoteca ou que se adaptavam a ela. Eram leotards, camisetas, shorts e jeans elásticos que permitissem agilidades nos movimentos. Usavam tecidos para roupas de dança como algodão, brim, camurça e veludo (liso e cotelê). Acessórios metálicos e extravagantes, vidrilhos e lantejoulas entraram na moda bem como estampas tropicais, imitação de couro de cobra, malhas de futebol americano e camisas de seda brilhante. No Brasil causou grande impacto Sônia Braga, na novela “Dancing Days” usando sandálias com meias de lurex. Onda que foi imitada por quase todas as garotas da época.

Butiques

As butiques começaram na década de 20 como pequenas lojas dentro das casas de alta costura, vendendo os produtos secundários da alta costura como: uma linha de sport wear na Patu, bijuterias na Chanel etc. Na década de 30 outros estilistas seguiram a idéia. Após a 2ª Guerra Mundial, abriram-se butiques em todo mundo, com uma seleção de mercadorias de diversos estilistas ou com uma marca exclusiva. Nos anos 60, proliferaram butiques especializadas em moda jovem e baratas ou em roupas de segunda mão. As lojas mais populares eram a Bus Stop e a Biba. Com o advento dos shopping centers , nos anos 80 e 90, houve uma massificação do comércio de roupas e o fenômeno da globalização. O século XXI vê a retomada do gosto pela exclusividade, pelas casas de petit couture, onde o cliente é tratado com deferência especial muitas vezes pelo próprio estilista. É o que se vê em bairros como jardins e Vila Madalena, em São Paulo; Leblon, no Rio de Janeiro e Lourdes e Santo Antônio em Belo Horizonte. Essas pequenas lojas de confecção exclusiva costumam atender o cliente em delivery com horário marcado e personal stylist.

Yuppies

Segundo alguns, o termo originou-se da expressão young upwardly-mobili professional, originada nos EUA nos anos 80 para denominar jovens profissionais com alta renda, geralmente ligados ao mercado de capitais, altamente consumistas, preocupados em adquirir griffes de roupas famosas e freqüentar lugares da moda. Segundo outros, teve origem na expressão young urban professionals persons (jovens profissionais urbanos). Com comportamento considerado egocêntrico e hedonista, representaram um dos símbolos da década de 80. Adoravam exibir seus ternos com ombreiras, suspensórios e gravatas com a mesma estampa. Usavam relógios e canetas de custo elevado, como os da marca Rolex e Mont Blanc. As mulheres costumavam usar os chamados trajes de poder: ternos e taillers, com grandes ombreiras, scarpins, acessórios e bolsas de griffes. O consumo de droga (cocaína) era disseminado, considerado chique, porém discreto. Aos poucos, o estilo foi desaparecendo e dando lugar a movimentos como o new age, com preocupações diametralmente opostas.

Surrealismo e a moda

A influência do surrealismo fez notar em anúncios de moda, assim como em vitrines e salões. Embora o movimento date de 1924, quando foi publicado o 1º manifesto surrealista de André Breton, apenas depois de exposições importantes serem montadas em Londres, Paris e NY, entre 1936 e 1938, é que o grande público veio a conhecer as imagens surrealistas. Os modelos de Schiaparelli, na segunda metade da década de 30, exploraram os recursos surrealistas em conjunção com Salvador Dali. Em muitos casos há vínculos diretos entre a obra artística dele e os modelos espirituosos e surpreendentes dela. Em 1936, Dali completou sua escultura “Vênus de Milo com gavetas”. No mesmo ano colocou um urso empalhado, tingido de rosa choque, a cor-assinatura de Schiaparelli, com gavetas instaladas no torso na vitrine da butique da estilista. Por sua vez, Schiaparelli criou o estiloso conjunto gaveta, com bolsos verdadeiros e falsos, habilmente bordados por Lesage em um desenho lembrando gavetas. No entanto, foram os chapéus que ofereceram a estilista uma oportunidade de explorar novas formas. Em 1936, ela apresentou seu chapéu sapato, um modelo invertido de um scarpin de salto alto, feito de veludo preto ou preto com rosa choque. Este modelo extraordinário foi visto como objeto fetichista e como exemplo de deslocamento surrealista. Há uma fotografia famosa de Dali com um sapato equilibrado na cabeça.

Hollywood

Fazer figurino para Hollywood da década de 30 era um desafio tanto para diretores quanto para estilistas. Por um bom tempo, os estúdios seguiam e adaptavam as modas de Paris, mas foram pegos de surpresa quando as bainhas desceram deixando milhares de rolos de filmes tornarem-se instantaneamente antiquados e obsoletos. Para impedir despesas foram chamados estilistas de sucesso. Chanel aceitou a oferta para desenhar o guarda roupa de artistas de primeira linha da Metro Gold Meyer, que incluíam Greta Garbo, Gloria Swanson e Marlene Dietrch. Porém Chanel trabalhou em apenas 3 filmes e seus trajes foram ignorados inteiramente ou criticados por serem muito discretos. Tornou-se evidente que a criação de trajes de filme e de moda de elite requeria habilidades diferentes. Os filmes hollywoodianos precisavam de estilistas que expressassem a personalidade dos personagens, ajudassem os enredos, estabelecessem novas tendências e endossassem modas existentes. Dessa forma Hollywood passa a criar moda que eram copiadas e vendidas na Macy’s, loja de departamento de NY. O mais famoso traje cinematográfico foi o vestido de noite branco com mangas de babados criado por Adrian para Joan Crawford para o filme “Letty Lynton” (1932), que vendeu meio milhão de cópias do modelo.

Criações Critina Ávila

Criações Critina Ávila
Calça de moleton skin

Vestido de malha manga longa

Vestido preguinhas de tricoline

Vestido de coquetel de tafetá